Por Dave Sherwood
(Reuters) - A viúva do presidente haitiano assassinado Jovenel Moise pediu à comunidade internacional que ajude a rastrear os responsáveis por matar seu marido a tiros em uma operação noturna de supostos mercenários na residência do casal no início de julho.
O assassinato de Moise mergulhou ainda mais no caos a nação caribenha, já assolada pela fome e pela violência das gangues, e desencadeou uma busca pelos mentores nas Américas.
Usando uma tipoia por causa dos ferimentos que sofreu durante o ataque, Martine Moise disse à Reuters em um cômodo flanqueado de guarda-costas na segunda-feira que, embora as autoridades do Haiti tenham feito alguns progressos, ela teme que este tenham desacelerado.
"Sinto que o processo está... travando um pouco", disse. "As pessoas que fizeram isto ainda estão por aí, e não sei se seus nomes serão descobertos um dia. Todo país que puder ajudar, por favor, ajude".
Quase dois meses após o assassinato de 7 de julho, aspectos cruciais do crime continuam envoltos em mistério. A polícia haitiana prendeu mais de três dúzias de suspeitos, incluindo 18 mercenários colombianos, um médico haitiano-norte-americano obscuro que dizem que aspirava a ser presidente e o chefe da equipe de segurança de Moise, mas divulgou poucos indícios.
"Aquelas pessoas (que foram presas) o fizeram, mas alguém deu as ordens, alguém deu o dinheiro", disse a ex-primeira-dama à Reuters.
"Quero concorrer a presidente", afirmou ela, confirmando comentários feitos em entrevistas anteriores. "Não deixarei a visão do presidente morrer com ele. Com o terremoto (de 14 de agosto), também, há muito a ser feito no Haiti".