Por Suleiman Al-Khalidi
AMMAN (Reuters) - O Exército da Síria avançou para a província de Raqqa, que abriga a capital do Estado Islâmico, após uma grande ofensiva apoiada pelos russos contra os militantes, informou o Observatório Sírio para Direitos Humanos neste sábado.
A ofensiva é o terceiro grande avanço contra o autoproclamado califado nos últimos dias, após forças iraquianas tentarem avançar sobre Falluja, no centro do Iraque, e a milícias sírias terem prosseguido em direção a Manbij, norte do país, com apoio do EUA.
As ofensivas são algumas das campanhas mais agressivas contra o Estado Islâmico desde que o grupo declarou sua meta de governar todos os muçulmanos a partir de partes da Síria e do Iraque, há dois anos.
A ofensiva de sexta-feira levou o Exército ao limite da província de Raqqa, após intensos ataques aéreos russos terem caído sobre território do Estado Islâmico a leste da província vizinha de Hama.
A cidade de Raqqa, mais a leste, é a capital efetiva do Estado Islâmico na Síria e, junto a Mosul, no Iraque, é um dos alvos principais das forças que tentam destruir o grupo.
A imprensa estatal disse nesta sexta-feira que o Exército havia feito ganhos territoriais e infligido pesadas perdas sobre os militantes.
Um porta-voz sírio não estava imediatamente disponível para comentários. A imprensa estatal não deu indicação de quantos soldados estavam envolvidos na ofensiva, nem qual tipo de armamento fora utilizado.
O Observatório também não comentou sobre números ou armas, mas disse que pelo menos 26 militantes do Estado Islâmico foram mortos, assim com nove da Síria e de forças aliadas.
O grupo de monitoramento disse que o avanço do Exército significava que as forças estavam a quase 40 quilômetros de uma área na qual rebeldes apoiados pelos EUA também travavam uma ofensiva para isolar bastiões dos militantes em Aleppo, ao norte, evitando que reforços cheguem a territórios a leste do rio Eufrates, onde a cidade de Raqqa está localizada.
Caso o Exército seja capaz de chegar à área na qual os rebeldes também combatem o Estado Islâmico, isso deixaria o grupo islâmico cercado - embora por forças que pouco provavelmente trabalhariam juntas, considerando que estão em lados opostos no intrincado conflito sírio.