Por Alexandra Ulmer e Andrew Cawthorne
CARACAS (Reuters) - A mãe e a esposa do líder de oposição venezuelano Leopoldo López montaram guarda do lado de fora da prisão onde ele está detido nesta quinta-feira, exigindo vê-lo, após rumores sobre sua saúde abalarem o país na véspera.
A família correu para um hospital militar em Caracas e depois para a prisão Ramo Verde na noite de quarta-feira, após um jornalista escrever no Twitter que López tinha sido enviado para um centro médico sem sinais vitais. Em seguida, o governo de esquerda do presidente Nicolás Maduro divulgou um curto vídeo em que López, em frente a uma cela de prisão, diz que está bem.
"Hoje é o dia 3 de maio, são 21h... E eu estou enviando a mensagem para minha família e para meus filhos de que eu estou bem", disse López, de 46 anos, usando uma blusa branca sem mangas e cruzando os braços.
Entretanto, a esposa de López, Lilian Tintori, que diz não ter recebido permissão para ver seu marido em mais de um mês, rejeitou o vídeo como prova de vida.
"O vídeo da ditadura é FALSO. A única prova de vida que nós vamos aceitar é ver Leopoldo", tuitou Lilian nesta quinta-feira, publicando uma foto em que ela e a mãe de López aparecem enfrentando uma barreira de soldados da Guarda Nacional vestidos de verde em frente da prisão, que fica a aproximadamente uma hora de distância de Caracas.
Os venezuelanos, que já estão tensos após um mês de protestos que deixaram pelo menos 34 pessoas mortas no país, ficaram abalados com os rumores sobre López, um ex-prefeito que foi preso em 2014 durante a mais recente grande onda de protestos.
O economista que estudou nos Estados Unidos e líder do partido Vontade Popular é acusado de incitar violência, e em 2015 foi sentenciado a quase 14 anos de prisão. O governo diz que López é um agitador perigoso, usando como exemplo seu envolvimento em um curto golpe em 2002 contra o falecido Hugo Chávez, quando López ajudou a prender um ministro do governo.
Defensores de López dizem que ele foi sentenciado em uma corte não oficial porque era visto como um futuro aspirante à Presidência e, portanto, como uma ameaça para o impopular Maduro. Entretanto, outros membros da oposição o consideram um fanático que divide o país e foi para as ruas muito cedo e não conseguiu o apoio dos pobres do país.
O caso de López virou célebre para o movimento anti-Maduro, e Lilian Tintori encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca em fevereiro.
(Reportagem adicional de Diego Ore)