(Reuters) - O advogado da família de um tripulante desaparecido do navio cargueiro El Faro, que afundou na costa das Bahamas por culpa do furacão Joaquin há duas semanas, disse que entrou com uma ação de 100 milhões de dólares contra os proprietários da embarcação nesta quarta-feira.
A ação civil em nome do espólio de Lonnie Jordan, um dos 33 tripulantes supostamente mortos no naufrágio, foi apresentada em um tribunal de Jacksonville, cidade do Estado norte-americano da Flórida, contra a Tote Services e a Tote Maritime Puerto Rico, disse o advogado Willie E. Gary a repórteres do lado de fora da corte do Condado de Duval, onde foi cercado por parentes do tripulante.
Gary acusou a empresa de negligência grave e de colocar o lucro acima das vidas de seus empregados ao decidir navegar apesar da tempestade iminente.
"O navio jamais deveria ter saído do porto. O navio não tinha condições para estar no mar", afirmou. "Esperamos chegar ao fundo disto", acrescentou, dizendo que haverá mais ações em nome de familiares de outros tripulantes. "Estamos em guerra agora".
A empresa não respondeu de imediato a um pedido de comentários. Executivos da Tote já haviam declarado que o capitão partiu com um plano seguro e atribuíram o naufrágio a uma pane no motor.
O cargueiro de 790 pés (241 metros) partiu de Jacksonville rumo a Porto Rico na tarde de 29 de setembro e deu notícias pela última vez na manhã do dia 1º de outubro, quando o capitão comunicou que a embarcação estava com um vazamento, inclinada em um ângulo de 15 graus e sem propulsão.
(Por David Adams, em Miami, e Barbara Liston, em Orlando)