Por Joseph Ax
NOVA YORK (Reuters) - Centenas de familiares de pessoas que morreram nos ataques de 11 de setembro de 2001 processaram a Arábia Saudita em tribunais dos Estados Unidos, tentando se beneficiar de uma lei aprovada pelo Congresso no ano passado que permite a vítimas de tais atentados ocorridos em solo norte-americano processarem patrocinadores estatais.
A ação civil iniciada na segunda-feira em uma corte federal de Manhattan é o esforço mais recente para responsabilizar Riad pelos ataques da Al Qaeda, que mataram quase 3 mil pessoas em Nova York, Washington e Pensilvânia.
Durante anos, uma lei que concede ampla imunidade a nações estrangeiras visadas em processos frustrou as tentativas das vítimas do 11 de setembro de processar a Arábia Saudita em Nova York. Em 2015, o juiz George Daniels rejeitou acusações feitas por algumas destas famílias contra o reino, dizendo não ter jurisdição sobre uma nação soberana.
Mas no último outono o Congresso aprovou por maioria a "Lei de Justiça contra Patrocinadores do Terrorismo", permitindo o avanço de tais ações civis.
Os parlamentares suplantaram um veto do então presidente Barack Obama, que argumentou que a lei iria expor empresas, soldados e autoridades dos EUA a ações civis em outros países e que poderia irritar aliados.
Desde então várias ações civis contra a Arábia Saudita foram iniciadas em Nova York, incluindo a queixa de segunda-feira, todas as quais serão julgadas por Daniels. Os casos anteriores foram apresentados por famílias de vítimas e centenas de indivíduos que sofreram lesões resultantes dos ataques.
Quinze dos 19 sequestradores dos aviões usados nos atentados eram da Arábia Saudita. Uma comissão de inquérito criada pelo governo norte-americano não encontrou indícios de que o governo saudita financiou diretamente a Al Qaeda, mas deixou em aberto a possibilidade de que autoridades individuais o tenham feito. Riad nega qualquer envolvimento.