Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Os rebeldes das Farc ainda estão envolvidos em tráfico de drogas e estão incentivando resistência à erradicação de plantações ilícitas, apesar das atuais negociações de paz com o governo, disse nesta terça-feira o chefe da polícia antidrogas.
Os rebeldes até agora não abriram mão do lucrativo negócio das drogas, que tem ajudado a financiar as cinco décadas de guerra das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), apesar de o grupo ter chegado nas negociações a um acordo parcial que exigiria deles o abandono desse comércio.
As Farc e o governo do presidente Juan Manuel Santos têm realizado negociações de paz em Cuba desde 2012. Os negociadores dizem que um acordo final poderia vir logo.
Os rebeldes concordaram em 2014 a cortar os laços com os traficantes de drogas, ajudar a erradicar plantações ilegais de coca, o insumo usado para fabricar a cocaína, e a combater a produção de narcóticos.
"O que foi acordado é que as Farc vão parar com o tráfico de drogas, e é isso que esperamos, que uma vez que eles assinem as Farc vão parar”, afirmou José Ángel Mendoza, chefe da polícia antidrogas, em entrevista à Reuters.
“Contudo, até agora, o que é claro é que as áreas onde as Farc estão coincidem com as áreas de cultivo. E assim, dessa maneira, as coisas continuam muito como estavam”, afirmou Mendoza, acrescentando que o grupo rebelde está incentivando os agricultores locais a protestar contra a erradicação da coca.
A luta contra o tráfico pode se tornar mais fácil para as forças de segurança se as Farc cumprirem o acordo de paz e se desmobilizarem, disse Mendoza.