BOGOTÁ (Reuters) - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) vão começar na quarta-feira o processo de deposição das armas, apesar dos atrasos no deslocamento dos combatentes às zonas de concentração e na construção dos albergues, informaram nesta terça-feira o governo e o grupo rebelde.
"Esta quarta-feira começa o processo de desarmamento, que supõe o registro das armas, a destruição de armamento instável e o armazenamento das armas de acompanhamento", disse a jornalistas o alto comissário para a paz, Sergio Jaramillo.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc, Rodrigo Londoño, assinaram em novembro um acordo de paz para acabar com o conflito armado de mais de meio século que deixou 220.000 mortos e milhões de desalojados.
O acordo de paz, criticado pela oposição política liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que prevê que os chefes guerrilheiros cumpram penas efetivas de prisão e não possam ocupar cargos eletivos, estima ainda que cerca de 7.000 integrantes das Farc deixem as armas e formem um partido político.
Alguns dirigentes do grupo guerrilheiro e funcionários da ONU que integram a missão que receberá as armas, a serem destruídas depois, tinham admitido a possibilidade de postergar o prazo de desarmamento.
"Na quarta-feira 1º de março, apesar dos evidentes atrasos na adequação logística das zonas e pontos transitórios de normalização, realizaremos... o registro das armas em todos os acampamentos e reajustaremos o plano de destruição de armas instáveis ou explosivos", disse em entrevista o líder das Farc, Iván Márquez.
Os integrantes do grupo rebelde permanecem atualmente em 26 localidades em áreas de selva e montanha sob supervisão da ONU. O processo de desarmamento do grupo deve ser concluído no início de junho.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)