BOGOTÁ (Reuters) - Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se desculparam pelo "grande sofrimento" que causaram por sequestrar milhares de pessoas para financiar meio século de conflito no momento em que se preparam para assinar um acordo de paz com o governo colombiano.
O grupo insurgente disse em uma gravação em vídeo divulgada no final de domingo que fez reféns ao longo dos anos, mas que não repetirá tal prática.
Os rebeldes e o governo estão prestes a firmar um acordo depois de chegar a um entendimento no dia 24 de agosto para encerrar uma guerra que matou mais de 220 mil pessoas e deixou milhões de deslocados internos. Cerca de 7 mil combatentes das Farc serão incorporados à sociedade e terão permissão para criar um partido político.
"Queremos reconhecer, com sentimento de humanidade e reconciliação, que durante o conflito as Farc também causaram grande sofrimento com a retenção de pessoas para resgate", disse o comandante e principal negociador do grupo, Iván Márquez, na gravação.
"Essa conduta, embora sempre para sustentar as necessidades da rebelião, resultaram em males a famílias inteiras", disse ele de Havana, em Cuba, onde as negociações aconteceram.
Aproximadamente 27 mil pessoas foram sequestradas entre 1970 e 2010, de acordo com cifras oficiais, até 90 por cento das quais foram levadas pelas Farc.