HELSINQUE (Reuters) - A Finlândia e a Suécia disseram nesta quarta-feira que continuarão seu diálogo com a Turquia sobre as objeções de Ancara às suas candidaturas de adesão à aliança militar Otan.
Os dois países se inscreveram para ingressar na Otan no mês passado, mas enfrentaram resistência inesperada da Turquia, que os acusa de serem refúgios seguros para militantes curdos e quer que eles revertam a proibição de exportação de armas.
"Juntamente com a Suécia, faremos nosso dever de casa e nos prepararemos para as perguntas que a Turquia tem", disse o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, a repórteres em Helsinque.
Para se tornar integrante da Otan é preciso o apoio unânime de todos os atuais 30 Estados-membros.
A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, falando em um evento separado em Estocolmo, disse esperar que reuniões construtivas com a Turquia ocorram em um futuro próximo.
"Levaremos diretamente à Turquia nossas respostas às demandas e também às perguntas da Turquia, e também resolveremos quaisquer problemas e mal-entendidos que possam haver", declarou ela.
Haavisto disse que não vê necessidade das mudanças legislativas relacionadas ao terrorismo que foram pedidas pelo chanceler da Turquia, Mevlut Cavusoglu, na terça-feira.
A Turquia acusou a Finlândia e a Suécia de abrigar pessoas ligadas a grupos que considera terroristas, incluindo o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), mas Haavisto disse que o PKK já é considerado um grupo terrorista por todos os membros da UE, incluindo a Finlândia.
Haavisto não deu um cronograma para as negociações em andamento com Ancara, mas procurou mostrar otimismo, com a expectativa de alguma novidade sobre o tema na reunião da aliança que será realizada na Espanha no final deste mês.
(Reportagem de Essi Lehto e Anne Kauranen em Helsinque)