MAPUTO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) dará a Moçambique uma linha de crédito de 118,2 milhões de dólares para ajudar o país a reconstruir a infraestrutura após um ciclone devastador que matou centenas de pessoas e arrasou vilas inteiras, informou a instituição nesta sexta-feira.
Mais de 1 mil pessoas foram mortas por tempestades em Moçambique, Zimbábue e Malaui após o pior ciclone em décadas assolar o leste da costa do oceano Índico em março com ventos devastadores de até 170 km/h.
Fortes enchentes provocadas por chuvas torrenciais e ventos que atingiram vilarejos e cidades, especialmente na cidade portuária de Beira, em Moçambique, deixaram o país desesperado por dinheiro para iniciar seu plano de recuperação.
O Banco Mundial estima que os países afetados precisarão de mais de 2 bilhões de dólares para se recuperar.
O plano de resposta humanitária de 337 milhões de dólares de Moçambique, largamente composto de um apelo de 281 milhões de dólares após a passagem do ciclone, engloba apenas 23 por cento dos fundos necessários.
"A assistência financeira visa cobrir grandes lacunas orçamentárias e de financiamento externo que estão surgindo das necessidades de reconstrução após o ciclone Idai, que causou significativa perda de vida e danos à infraestrutura", disse o FMI.
Moçambique também está enfrentando uma epidemia de cólera depois que o ciclone destruiu unidades de abastecimento de água.
A cólera é endêmica a Moçambique, que tem sofrido surtos regulares ao longo dos últimos cinco anos. Cerca de 2 mil pessoas foram infectadas no último surto, que acabou em fevereiro de 2018, segundo a Organização Mundial da Saúde.
(Por Mfuneko Toyana)