WASHINGTON (Reuters) - Pelo menos quatro reféns de militantes do Estado Islâmico na Síria, incluindo o jornalista norte-americano James Foley, sofreram simulação de afogamento, relatou o jornal The Washington Post nesta quinta-feira, citando pessoas familiarizadas com o tratamento de reféns ocidentais.
Os sequestradores do Estado Islâmico parecem ter copiado a técnica da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês), que a usou em três suspeitos de terrorismo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, afirmou o Post. Foley foi decapitado pelos militantes mais tarde.
A simulação de afogamento é um procedimento que foi caracterizado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e muitos outros políticos norte-americanos como tortura – derrama-se água sobre o nariz e a boca dos reféns até se sentirem sufocando.
Uma fonte próxima da família de um refém do Estado Islâmico admitiu à Reuters que os prisioneiros sofreram essa tortura, mas não deu maiores detalhes.
Três norte-americanos e menos de 10 outros reféns ocidentais ainda estão nas mãos do grupo militante, segundo pessoas com conhecimento da situação.
"Eles sabiam exatamente como se faz", afirmou uma pessoa com conhecimento direto do que aconteceu com os reféns, relatou o Post. Falando sob condição de anonimato, ela ainda disse que Foley e os outros reféns ficaram detidos em Raqqa, na Síria.
O Post informou que uma segunda pessoa confirmou que Foley foi torturado, inclusive com a simulação de afogamento.
"O Estado Islâmico é um grupo que crucifica e decapita pessoas rotineiramente. Não precisa de inspiração para sua brutalidade. Insinuar que os EUA são de alguma forma responsáveis por suas táticas é ridículo e ajuda sua propaganda distorcida", afirmou uma autoridade norte-americana.
Os militantes que decapitaram Foley publicaram um vídeo da execução na Internet na semana passada, e seu assassino disse se tratar de uma retaliação a ataques aéreos dos EUA aos combatentes do grupo no Iraque.
(Por Jim Loney e Mark Hosenball)