Por Leah Douglas
WASHINGTON (Reuters) - Existem hoje mais 745 milhões de pessoas com fome moderada ou grave no mundo do que em 2015, e o planeta está muito longe em seus esforços para cumprir um ambicioso objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) de acabar com a fome até 2030, afirmou a entidade em um relatório divulgado nesta sexta-feira.
Na metade do caminho do prazo estabelecido para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o mundo vê pouca ou nenhuma melhoria na maioria dos objetivos relacionados com a alimentação e a agricultura, afirmou o relatório da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado antes de uma cúpula da ONU sobre desenvolvimento sustentável na próxima semana em Nova York.
"Os efeitos persistentes da pandemia da Covid-19, junto com outras crises, como as mudanças climáticas e os conflitos armados, estão tendo impactos generalizados", afirmou o relatório. "O progresso alcançado nas últimas duas décadas estagnou e, em alguns casos, até foi revertido."
A insegurança alimentar global aumentou de forma acentuada em 2020, à medida que a pandemia perturbou os mercados de alimentos e elevou o desemprego.
Cerca de 29,6% da população mundial -- 2,4 bilhões de pessoas -- sofria de insegurança alimentar moderada ou grave em 2022, contra 1,75 bilhão em 2015, disse o relatório.
A subnutrição é pior no Sul Global, com a fome crescendo mais na África Subsaariana.
O mundo também não registrou qualquer melhoria em direção à meta de reduzir pela metade o desperdício de alimentos, que se mantém em cerca de 13% desde 2016. Os países devem elaborar políticas para reduzir a perda de alimentos, disse o documento.