NAIRÓBI (Reuters) - Forças rebeldes de Tigré que combatem o governo central da Etiópia estão se retirando de regiões vizinhas do norte do país, disse um porta-voz das forças nesta segunda-feira, um passo rumo a um possível cessar-fogo depois de 13 meses de guerra brutal.
"Temos confiança de que nosso ato ousado de retirada será uma abertura decisiva para a paz", escreveu Debretsion Gebremichael, chefe da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF), o partido político que controla a maior parte da região norte de Tigré.
Sua carta à Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma zona de exclusão aérea para aeronaves hostis sobre Tigré, a imposição de embargos de armas à Etiópia e sua aliada Eritreia e um mecanismo da ONU para verificar se Forças Armadas externas se retiraram de Tigré.
O porta-voz do governo etíope, Legesse Tulu, não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A guerra no segundo país mais populoso da África desestabiliza uma região já frágil, tendo causado a fuga de 60 mil refugiados para o Sudão, retirado soldados etíopes da Somália assolada por uma guerra e envolvendo o Exército da vizinha Eritreia.
Centenas de civis já morreram, cerca de 400 mil correm risco de passar fome em Tigré e 9,4 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar no norte da Etiópia como resultado do conflito.
Debretsion disse esperar que a retirada das forças de Tigré das regiões de Afar e Amhara force a comunidade internacional a fazer com que a ajuda alimentar consiga chegar a Tigré.
(Da redação de Adis Abeba)