Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - As forças israelenses aprofundaram sua incursão em duas áreas do norte e do sul da Faixa de Gaza nesta sexta-feira, e as autoridades de saúde palestinas disseram que os bombardeios de tanques em Rafah mataram pelo menos 11 pessoas.
Moradores e a mídia do Hamas disseram que os tanques avançaram mais para o oeste, para o bairro de Shakoush, em Rafah, forçando milhares de pessoas deslocadas a deixarem seus acampamentos e se dirigirem para o norte, para a vizinha Khan Younis.
Os militares israelenses não comentaram imediatamente.
Desde 7 de maio, tanques têm avançado em vários distritos de Rafah, e as forças permaneceram no controle de toda a linha de fronteira com o Egito e da passagem de Rafah, a única porta para a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza com o mundo exterior.
Um morador, que falou com a Reuters por meio de um aplicativo de mensagens, disse que algumas escavadeiras na área de Shakoush estavam empilhando areia para os tanques israelenses estacionarem atrás.
"Algumas famílias vivem na área do ataque e agora estão cercadas pelas forças de ocupação", declarou ele à Reuters.
"A situação lá é muito perigosa e muitas famílias estão partindo em direção a Khan Younis, até mesmo da área de Mawasi, pois as coisas se tornaram inseguras para elas", disse o homem, que se deslocou para o norte durante a noite.
Após mais de oito meses de guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza, desencadeada pelo ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas em 7 de outubro, as alas armadas do Hamas e da Jihad Islâmica continuam a realizar ataques contra as forças israelenses que operam em áreas sobre as quais o Exército afirmou ter obtido o controle meses atrás. Os grupos palestinos às vezes ainda disparam foguetes contra o território israelense.
Até o momento, os esforços dos mediadores árabes, apoiados pelos Estados Unidos, não conseguiram concluir um cessar-fogo. O Hamas diz que qualquer acordo tem que pôr fim à guerra e levar à retirada total de Israel de Gaza, enquanto Israel afirma que aceitará apenas pausas temporárias nos combates até que o Hamas, que governa Gaza desde 2007, seja erradicado.