BEIRUTE (Reuters) - Forças do governo da Síria apoiadas pela Rússia e por seus aliados recapturaram a cidadela histórica de Palmira, situada nos arredores do oeste da cidade, de combatentes do Estado Islâmico nesta quarta-feira, relatou uma unidade de mídia militar do grupo libanês Hezbollah.
O Exército sírio também ocupou um complexo palaciano moderno no sudoeste, disse, durante avanços que o deixaram mais perto de invadir a cidade e repelir os jihadistas.
O Estado Islâmico ocupou Palmira, cujas ruínas antigas são um Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), duas vezes ao longo do conflito de seis anos na Síria.
O Exército e seus aliados, auxiliados pelo apoio aéreo dos russos, retomaram a cidade da facção ultrarradical em março do ano passado, mas o Estado Islâmico a reconquistou em dezembro.
Os militantes arrasaram monumentos antigos nas duas ocasiões em que tiveram o controle de Palmira – uma destruição que a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou como crime de guerra.
Mais cedo nesta quarta-feira, uma fonte militar síria disse à Reuters: "A entrada do Exército na cidade irá começar muito em breve".
O Exército disse ter capturado uma área conhecida como o "triângulo de Palmira", alguns quilômetros a oeste da localidade, depois de avanços rápidos nos últimos dias apoiados por ataques aéreos russos.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização sediada no Reino Unido que monitora a guerra, relatou que as forças do governo devem entrar em Palmira a "qualquer momento". A Rússia disse que suas aeronaves estão auxiliando a ofensiva do Exército sobre Palmira.
Fotos publicadas pelo Estado Islâmico em sua conta de Telegram nesta quarta-feira mostraram os combatentes do grupo disparando contra o Exército sírio com foguetes e um tanque. A Reuters não conseguiu verificar a autenticidade das imagens.
O Estado Islâmico tomou Palmira do governo pela primeira vez em 2015. Durante seu primeiro período no controle do local, os jihadistas destruíram monumentos como um arco monumental de 1.800 anos.
Mais recentemente, os extremistas dilapidaram o famoso Tetrápilo e a fachada do Teatro Romano. Palmira, conhecida em árabe como Tadmur, ficava na encruzilhada do mundo antigo.
O governo e seus aliados perderam Palmira por estarem concentrados na derrota de grupos rebeldes sírios no leste da cidade de Aleppo. Estes últimos foram expulsos em dezembro, a maior vitória de Damasco na guerra.
(Por Tom Perry e John Davison em Beirute, Andrew Osborn em Moscou e Ali Abdelaty no Cairo)