Por Anthony Deutsch
AMSTERDÃ (Reuters) - Forças do governo sírio usaram armas químicas em áreas de Aleppo controladas pela oposição durante batalhas para a retomada da cidade no fim do ano passado, disse a Human Rights Watch num relatório publicado nesta segunda-feira.
As conclusões se somam a um número crescente de evidências sobre o uso de armas químicas proibidas na guerra civil de seis anos na Síria e podem fortalecer os pedidos de Reino Unido, França e Estados Unidos por sanções contra autoridades sírias.
Helicópteros do governo jogaram bombas de cloro “em áreas residenciais em Aleppo em pelo menos oito ocasiões entre 17 de novembro e 13 de dezembro de 2016”, disse o grupo que tem Nova York como base.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que monitora um tratado global que proíbe o uso de armas tóxicas, não comentou de forma imediata.
A Síria e a sua aliada Rússia, que ajudou as tropas do governo no ataque a Aleppo, negaram várias vezes o uso de armas químicas no conflito. Eles culpam militantes opositores que queriam derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad.
A Human Rights Watch declarou que o seu relatório, que teve como base entrevistas com testemunhas, análises de vídeos e fotos e mensagens em redes sociais, não encontrou provas de envolvimento russo nos ataques químicos, mas apontou o papel chave de Moscou na ajuda para a retomada de Aleppo.
"Os ataques, alguns dos quais com munições múltiplas, mataram pelo menos nove civis, incluindo quatro crianças, e deixaram cerca de 200 feridos”, afirmou.