PARIS (Reuters) - Policiais armados foram enviados a um subúrbio de Dijon, no leste da França, para restaurar a ordem depois que acertos de contas entre gangues rivais resultaram na quarta noite de violência nas ruas.
Os tumultos começaram na sexta-feira, quando cerca de 100 jovens chechenos de todo o país foram a Gresilles, um subúrbio de Dijon, para se vingarem de um ataque contra um jovem compatriota na semana passada, disseram autoridades da polícia.
Gresilles é um bairro de baixa renda com uma grande população de imigrantes do norte da África. Uma fonte da polícia de Dijon descreveu os chechenos étnicos como fortemente armados e disse que estes avisaram às forças da lei local que foram "fazer uma limpeza".
O vice-ministro do Interior, Laurent Nuñez, viajou a Dijon e disse que a violência precisa acabar. Ele negou que a polícia demorou para intervir, elogiou sua coragem e disse que os reforços continuarão na cidade enquanto forem necessários.
A rádio regional France Bleu citou o procurador de Dijon, Eric Mathias, que teria dito que iniciou uma investigação de tentativa de assassinato por parte de um grupo organizado e de incitação à violência.
Mathias disse que os chechenos supostamente usaram redes sociais para emitir um chamado nacional de retaliação contra a comunidade magrebina de Gresilles.
Vídeos, que circularam no final de semana e cuja origem a Reuters não conseguiu autenticar de imediato, mostraram dezenas de chechenos encapuzados, alguns usando balaclavas e brandindo armas de mão ou facas, nas ruas do subúrbio de Dijon.
"Não estamos mais em uma república (funcional) quando é assim que as coisas transcorrem", disse o prefeito de Dijon, François Rebsamen, à BFM TV, denunciando uma falta de efetivos policiais em cidades provinciais.
Stéphan Ragonneau, secretário regional do sindicato nacional Alliance Police, disse à Reuters que os chechenos estavam "muito móveis, muito organizados, armados (e) encapuzados".
"Teria sido perigoso intervir (antes)", disse Ragonneau. "Se tivesse começado, teria havido disparos para todo lado. Certamente haveria ferimentos, mortes".
(Por Sudip Kar-Gupta, Caroline Pailliez e Richard Lough)