Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - Cerca de 30.000 policiais serão mobilizados em toda a França no domingo, após o segundo turno da eleição parlamentar, para garantir que não haja problemas, disse um ministro, à medida que dois candidatos disseram ter sido vítimas de ataques na campanha.
O segundo turno de domingo determinará se o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, garantirá uma maioria pela primeira vez e formará o próximo governo da França, a segunda maior economia da zona do euro.
A campanha tem sido marcada por tensões políticas, mas também por alguma violência, e a porta-voz do governo, Prisca Thevenot, disse que ela e sua equipe foram atacadas por um pequeno grupo de jovens na quarta-feira, quando estavam colando cartazes de campanha.
Embora a própria Thevenot não tenha sido ferida, seu vice e um ativista do partido foram feridos pelo grupo não identificado de cerca de 10 jovens que estavam desfigurando os cartazes, disse Thevenot ao jornal Le Parisien.
Uma candidata do RN em Savoie, Marie Dauchy, também disse ter sido atacada por um lojista em um mercado na quarta-feira.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse que quatro pessoas foram presas em relação ao ataque à equipe de Thevenot.
Darmanin disse que será "muito cuidadoso" com a segurança no domingo à noite, quando os resultados da eleição serão anunciados.
Cerca de 5.000 dos 30.000 policiais mobilizados estarão localizados em Paris e seus arredores, e eles "garantirão que a direita e a esquerda radicais não se aproveitem da situação para causar o caos", disse ele à France 2 TV.
Uma pesquisa realizada na quarta-feira sugeriu que os esforços dos principais partidos para impedir que a extrema-direita alcance uma maioria absoluta podem funcionar.
A pesquisa da Harris Interactive para a revista Challenges mostrou que o RN e seus aliados obterão apenas 190 a 220 assentos na assembleia de 577 membros, enquanto o partido de centro-direita Os Republicanos (LR, na sigla em francês) ganhará de 30 a 50 assentos.
Isso pode excluir a possibilidade de um governo de extrema-direita apoiado por parte do grupo parlamentar do LR.
A pesquisa foi publicada depois que mais de 200 candidatos de todo o espectro político retiraram suas candidaturas para abrir caminho a quem está em melhor posição para derrotar o candidato do RN em seu distrito, em um processo conhecido como "frente republicana".
No entanto, ainda há muitas incertezas, inclusive se os eleitores concordarão com esses esforços para bloquear o RN.