Por Lisa Barrington e Suleiman Al-Khalidi
BEIRUTE (Reuters) - O poderoso braço da Al Qaeda na Síria, a Frente Nusra, anunciou nesta quinta-feira que estava terminando a sua relação com a rede jihadista global fundada por Osama Bin Laden, para terminar com um pretexto usado pelas potências mundiais para atacar sírios.
O anúncio se dá quando a Rússia e o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, declararam uma “operação humanitária” na cercada parte da cidade de Aleppo controlada pelos rebeldes, abrindo “corredores seguros” para que as pessoas possam deixar o mais importante reduto da oposição na Síria.
Washington disse que isso parecia uma tentativa de despovoar a cidade e de fazer com que os combatentes se rendam. A oposição chamou a iniciativa de um eufemismo para deslocamento forçado.
No primeiro vídeo conhecido em que mostra o seu rosto, o líder da Frente Nusra, Mohamad al-Golani, anunciou que o grupo iria se reorganizar sob um novo nome e “sem laços com partidos estrangeiros”.
A medida havia sido tomada “para retirar a desculpa usada pela comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos e pela Rússia, para bombardear e deslocar muçulmanos no Levante: que eles estão atacando a Frente Nusra que é associada à Al Qaeda”, disse ele. O grupo se chamaria agora Jabhat Fatah al-Sham.
Golani apareceu no vídeo junto com duas outras figuras da Frente Nusra, em frente à nova bandeira branca do grupo. A bandeira antiga era preta, cor usada por grupos radicais como a Al Qaeda e o Estado Islâmico.
Nesta quinta, mais cedo, o sucessor de Bin Laden na liderança da al Qaeda, Ayman al-Zawahri, deu a sua aprovação para a saída da Frente Nusra. Na sua mensagem, Golani agradeceu Zawahri por colocar os interesses dos sírios antes dos da organização.