Por Carien du Plessis
JOANESBURGO (Reuters) - A África do Sul disse nesta quinta-feira que sediará a cúpula dos Brics em agosto, conforme planejado, em meio a especulações de que o encontro poderia mudar para a China a fim de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pudesse comparecer em um país não obrigado a prendê-lo por acusações de crimes de guerra.
A África do Sul tem o dever como signatária do Tribunal Penal Internacional (TPI) de prender Putin se ele comparecer ao encontro entre os líderes de Brasil, Rússia, Índia e China, devido a um mandado de prisão pela deportação de crianças da Ucrânia.
Putin nega as acusações.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, encontrou-se com Putin em 17 de junho na Rússia, historicamente um forte aliado do partido governista Congresso Nacional Africano (ANC) desde que era um movimento de libertação que lutava contra o domínio da minoria branca décadas atrás.
"A África do Sul sediará a 15ª Cúpula dos Brics no Sandton Convention Center em Sandton, Joanesburgo, de 22 a 24 de agosto de 2023", disse o Departamento de Relações Internacionais em comunicado.
O porta-voz da Presidência, Vincent Magwenya, confirmou à Reuters em uma mensagem de texto que isso significa que toda a cúpula, incluindo a parte principal envolvendo os chefes de Estado dos Brics, ocorrerá na África do Sul.
Ele e um porta-voz do Departamento de Relações Internacionais se recusaram a comentar se Putin comparecerá ou não.
Autoridades sul-africanas disseram no final do mês passado que os países do Brics estavam considerando transferir a cúpula para China, que não é membro do tribunal internacional. Eles ainda podem decidir mudar o local de última hora.
O presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejam comparecer, disse a ministra das Relações Internacionais da África do Sul, Naledi Pandor.