SÃO PAULO (Reuters) - A General Motors (NYSE:GM) avalia que o programa automotivo Rota 2030 tem uma oportunidade de ser melhorado no próximo governo, incluindo aspectos que incentivem a competitividade da indústria automotiva do Brasil.
O programa de incentivo ao setor automotivo brasileiro, que substituiu o Inovar Auto, foi aprovado por meio de uma medida provisória editada pelo presidente Michel Temer, mas sua viabilidade depende de regulamentação do Congresso até a próxima semana para não perder a validade.
"É uma oportunidade para ser melhorado. A oportunidade para o Mercosul é uma produção de 3,5 milhões de unidades este ano. No Mercosul, o mais difícil é ter essa escala, são poucos os lugares do mundo que têm essa escala", disse o presidente da General Motors para América do Sul, Carlos Zarlenga, em entrevista durante o salão do automóvel de São Paulo.
"Então, por que os programas de investimento são destinados apenas ao Mercosul?", questionou o executivo em um momento em que parlamentares de vários Estados travam em Brasília embates há semanas sobre benefícios fiscais a serem adotados pelo Rota 2030.
"Os custos hoje não são competitivos frente a outras regiões do mundo que disputam investimentos com o Mercosul", disse Zarlenga. "Aprovamos um Rota que não fala nada disso. Que não fala sobre carga tributária, custo de logística, multimodalidade."
Questionado se defende que o Rota 2030 seja rediscutido pelo próximo governo, que toma posse em 2019, Zarlenga não comentou.
Para 2019, o executivo estimou que as vendas de automóveis e comerciais leves no Mercosul somarão cerca de 2,8 milhões de unidades ante expectativa de 2,6 milhões em 2018. Desses volumes, 800 mil são vendas previstas na Argentina este ano e 650 mil a 700 mil em 2019.
CARRO ELÉTRICO
No salão, a GM anunciou que passará a vender em 2019 no Brasil o elétrico Bolt, fabricado nos Estados Unidos e que será importado para o país. Ele não revelou estimativas de vendas, mas afirmou que o preço do modelo, vendido por cerca de 35 mil dólares nos EUA, será de 175 mil reais.
O carro será o primeiro elétrico da GM vendido no mercado brasileiro e chegará no Brasil apesar das indefinições do governo brasileiro quanto a incentivos para o segmento de veículos elétricos no país.
(Por Alberto Alerigi Jr.)