ESTOCOLMO (Reuters) - O governo da Suécia apresentará em março ao Parlamento do país um projeto de lei de adesão à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse o ministro sueco das Relações Exteriores nesta quarta-feira, embora o momento da adesão ainda dependa do apoio da Turquia e da Hungria à proposta.
"O governo pretende apresentar o projeto de lei sobre a adesão da Suécia à Otan em março", disse o ministro das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, em um discurso delineando as prioridades da política externa do governo para o ano.
A Suécia e a Finlândia solicitaram a adesão à aliança militar transatlântica no ano passado, após a invasão russa da Ucrânia, mas o processo foi atrasado pela Turquia.
Ancara quer que Estocolmo, em particular, tome uma linha mais dura contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado um grupo terrorista pela Turquia e pela União Europeia, e contra outro grupo que culpa por uma tentativa de golpe de 2016.
O Parlamento da Hungria debaterá o tema no final deste mês e espera-se que dê seu apoio.
A Turquia disse que poderia estar disposta a aceitar a Finlândia como um membro da Otan. Mas o atrito com a Suécia aumentou nas últimas semanas, sobretudo após um protesto em Estocolmo no qual um político de extrema-direita queimou uma cópia do livro sagrado muçulmano, o Alcorão.
O processo de adesão da Suécia está atualmente paralisado e o progresso é improvável antes das eleições presidenciais da Turquia, previstas para maio, mas que podem ser adiadas devido ao grande terremoto que atingiu o país e a vizinha Síria no início deste mês.
O Parlamento da Finlândia ainda não aprovou formalmente o pedido do governo de ingresso na Otan.
(Reportagem de Simon Johnson)