QUITO (Reuters) - A rejeição dos equatorianos exibida em um referendo de propostas, incluindo a permissão de extradição por crime organizado, não foi um revés "dramático" para o governo do presidente Guillermo Lasso, disse o ministro do Governo, Francisco Jiménez, nesta terça-feira.
A maioria votou "não" a todas as oito questões colocadas pelo presidente no referendo de domingo, com 97% dos votos apurados, segundo dados oficiais da Justiça Eleitoral do país.
Tentativas de dar mais autonomia ao procurador-geral para escolher os promotores e reduzir o número de legisladores na assembleia legislativa de 137 assentos estavam entre as propostas rejeitadas.
Alguns eleitores disseram que não achavam que as propostas fariam o suficiente para combater o crime no Equador, enquanto outros enquadraram sua resposta como uma rejeição mais geral a Lasso.
Os resultados vieram em um momento difícil para Lasso, que está lutando com preocupações sobre a lei e a ordem, incluindo protestos anti-mineração de grupos indígenas, que prejudicaram a economia, e a violência generalizada de gangues nas prisões.
No entanto, a votação não foi uma derrota retumbante para o governo, disse Jiménez, apontando para um voto "sim" de mais de 40% em todas as propostas.
"Não achamos que a questão seja tão dramática", disse o ministro à imprensa local.
"Hoje não perdemos a guerra, perdemos uma batalha em que tentamos dar novas ferramentas aos cidadãos para combater alguns dos problemas que temos", afirmou.
Lasso tem repetidamente entrado em conflito com legisladores que se opõem às suas reformas econômicas e de segurança, com alguns membros da Assembleia tentando derrubá-lo durante as manifestações do ano passado.
Na noite de segunda-feira, o presidente pediu a todos os grupos políticos que cheguem a um acordo nacional para encontrar mecanismos para combater o narcotráfico e melhorar as condições de vida.
(Reportagem de Alexandra Valencia)