RIO DE JANEIRO (Reuters) - Apesar de reconhecer que a meta de tratar 80 por cento do esgoto lançado na Baía de Guanabara não será atingida para os Jogos de 2016, o governo do Rio de Janeiro garante que os atletas que participarão das provas de vela no local não precisam ter medo de contaminação e que a água da baía vai estar em condições internacionais de balneabilidade.
O medo foi manifestado por alguns atletas, principalmente britânicos, que estariam fazendo um tratamento alimentar especial a base de vitaminas para aumentar a imunidade e evitar problemas no contato com a água da Baía de Guanabara.
"Não há risco de contágio, doença ou coisa parecida na Baía de Guanabara", disse o secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, a jornalistas nesta sexta-feira. "As cinco raias estarão dentro dos níveis internacionais de balneabilidade."
Segundo o secretário, membros das equipes de vela dos países que participarão dos Jogos já estiveram no Rio para analisar e até colher amostras da aǵua da Baía de Guanabara.
"Eles puderam medir em laboratórios da confiança deles e nenhum índice de colifórmio fecal ficou fora do padrão", afirmou Espíndola.
Atualmente, 49 por cento do esgoto lançado na Baía já tem tratamento, sendo que a meta para 2016 era de 80 por cento. Tal objetivo só deve ser atingido no fim de 2018, de acordo com autoridades estaduaias.
Para tentar minimizar a sujeira lançada na baía, onde é comum ver lixo, plástico, carcaças de carros e até móveis, foi feita uma reformulação no programa de ecobarcos e ecobarreiras que atuam no local.
O programa está parado desde o começo do ano e deve ser retomado em maio. "Estamos melhorando esse projeto e vamos colocar 17 ecobarreiras na foz dos principais rios que migram para a baía. Vamos também colocar os ecobarcos de forma mais eficiente, com gerenciamento e inteligência", declarou o secretário.
No ano passado, foram realizados os primeiros testes em provas internacionais. "O desafio é grande, mas estamos tranquilos que teremos perfeitas condições de competição em 2016, o que foi provado no evento-teste do ano passado", afirmou.
BRASIL VS AUSTRÁLIA
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tratou com humor a medo manifestado pela embaixada australiana com relação à segurança de turistas e atletas durante os Jogos de 2016.
No ano passado, quando a relação entre a organizacão dos Jogos e o Comitê Olímpico Internacional (COI) era mais turbulenta devido ao andamento das obras e possíveis atrasos em equipamentos olímpicos, o australiano John Coates, membro do COI, chegou a afirmar que a preparação da cidade era a pior da história das Olimpíadas.
"Estou quase me vestindo de canguru … os australianos não gostam da gente", afirmou o prefeito a jornalistas. "Há uma implicância da Austrália no passado e, agora de novo. Acho que a solução é a gente botar uma roupinha de canguru e sair todo mundo pulando pelo Rio", completou.
O prefeito confirmou que dará férias escolares no período dos Jogos e não descarta a necessidade de rodízio de carros para facilitar a circulacão de pessoas na cidade em agosto do ano que vem.
Paes assegurou também que a cidade não cultivará 'elefantes brancos' após os Jogos. "Não faremos homenagens ao desperdício público e não faremos nada esteticamente maravilhoso, mas será muito funcional...não teremos elefantes brancos e vamos evitar isso", disse o prefeito.
Sobre os equipamentos esportivos, o prefeito garantiu que as obras estão a todo vapor e revelou que o ginásio de handebol está com seu cronograma quatro meses antecipado.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)