NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) estão se esforçando para formular o rascunho de uma resolução de apoio a uma iniciativa internacional para pôr fim à guerra civil de quase cinco anos na Síria durante as conversas em nível ministerial iniciadas em Nova York nesta sexta-feira.
As potências ocidentais esperavam que o conselho aprovasse a resolução, que endossa um roteiro de dois anos para tratativas entre o governo sírio e a oposição para a formação de um governo de união e posteriormente a realização de eleições, e que deveriam começar em janeiro.
Diplomatas do organismo disseram ter tentado chegar a um consenso sobre um texto, mas que um entendimento continuava distante nesta sexta-feira, enquanto transcorriam as conversas entre os 17 participantes do chamado Grupo Internacional de Apoio à Síria no Palace Hotel.
Composto de 15 membros, o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir às 18h (horário de Brasília) para debater a Síria, e ainda não ficou claro se terá uma resolução para adotar.
O roteiro, que também pede um cessar-fogo nacional que não se aplicaria ao Estado Islâmico, à Frente Al-Nusra e a alguns outros grupos militantes, foi elaborado em duas rodadas de reuniões ministeriais em Viena.
O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, insinuou haver desentendimentos significativos sobre o rascunho entre os cinco membros do Conselho que têm direito de veto – Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.
"Não tenho certeza de que irá acontecer, porque existem algumas tentativas deliberadas, ou não deliberadas, de minar os documentos de Viena, e não queremos ver isso", disse ele aos repórteres na quinta-feira, sem dar maiores detalhes.
Os diplomatas afirmam que o principal problema com a resolução envolve os temores de russos e iranianos a respeito de como se referir ao bloco de grupos opositores que deve participar das conversas de paz, patrocinadas pela ONU, com o governo da Síria, e que devem começar em janeiro.
Autoridades ocidentais disseram que uma reunião recente na Arábia Saudita resultou em um avanço significativo na formação de um bloco opositor, embora Rússia e Irã tenham questionado a legitimidade das discussões sauditas.
(Por John Irish, Sabine Siebold e Arshad Mohammed)