ATENAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia disse em comentários publicados no domingo que, se Atenas e Ancara não puderem resolver sua disputa sobre zonas marítimas no Mediterrâneo, devem recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia para resolver o desacordo.
A Turquia assinou um acordo com o governo internacionalmente reconhecido da Líbia no mês passado que busca criar uma zona econômica exclusiva da costa mediterrânea do sul da Turquia
à costa do nordeste da Líbia.
Grécia e Chipre, que há muito tempo têm disputas marítimas e territoriais com a Turquia, dizem que o acordo é nulo e viola o direito marítimo internacional. Eles vêem isso como um captura cínica de recursos projetada para prejudicar o desenvolvimento de gás do Mediterrâneo Oriental e desestabilizar rivais.
O primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, em entrevista
ao jornal semanal 'To Vima', disse que sua intenção é que Grécia e Turquia discutam suas diferenças sobre o transporte marítimo
nas zonas do mar Egeu e leste do Mediterrâneo, no nível político e diplomático.
"Mas devemos dizer claramente que, se não conseguirmos encontrar uma solução, devemos concordar que a única diferença que a Grécia reconhece (sobre as zonas marítimas) deve ser julgada em um órgão internacional como o Tribunal Internacional de Justiça de Haia".
No início de dezembro, Chipre solicitou ao tribunal que salvaguardasse seus direitos minerais no exterior. Até agora, não houve resposta da Turquia a essa iniciativa.
(Por Lefteris Papadimas)