ATENAS (Reuters) - A Grécia deseja instalar uma barreira flutuante no Mar Egeu para impedir que os imigrantes cheguem às margens de suas ilhas através da Turquia, disseram autoridades do governo nesta quinta-feira.
A Grécia serviu de porta de entrada para a União Europeia para mais de 1 milhão de refugiados sírios e outros imigrantes nos últimos anos. Embora um acordo com a Turquia tenha reduzido drasticamente o número de tentativas de viagem desde 2016, as ilhas gregas ainda sofrem com campos superlotados que operam muito além de sua capacidade.
A barreira de rede de 2,7 quilômetros de comprimento que a Grécia quer comprar será montada no mar na ilha de Lesbos, onde opera o superlotado campo de Moria.
Ela ficará 50 centímetros acima do nível do mar e exibirá marcas de luz que a tornarão visível à noite, disse um documento do governo convidando fornecedores a apresentar ofertas, acrescentando que o objetivo é "conter o crescente fluxo de imigrantes".
"O chamado para barreiras flutuantes está na direção certa", disse o ministro da Defesa, Nikos Panagiotopoulos, à Rádio Skai. "Vamos ver qual será o resultado, qual será seu efeito como dissuasor na prática", afirmou.
"Será uma barreira natural. Se funcionar como a de Evros ... pode ser eficaz", declarou ele, referindo-se a uma cerca de cimento e arame farpado que a Grécia montou em 2012 ao longo de sua fronteira norte com a Turquia para interromper um aumento de imigrantes que cruzavam por lá.
Grupos de ajuda, que descreveram as condições de vida nos campos de imigrantes como terríveis, disseram que as cercas na Europa não impediram as chegadas e que a Grécia deveria se concentrar em acelerar o processamento de pedidos de asilo.