GENEBRA (Reuters) - Uma coalizão que faz campanha contra as armas nucleares disse na sexta-feira que espera que a concessão do Prêmio Nobel da Paz à organização japonesa Nihon Hidankyo combata a apatia em torno do risco crescente de seu uso.
A Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN), com sede em Genebra, ganhou o Prêmio da Paz em 2017 por seus esforços para promover o cumprimento do Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares.
Daniel Hogsta, seu vice-diretor, disse à Reuters que estava "absolutamente emocionado" com o Nobel da Nihon Hidankyo, que representa os sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki.
"Não poderia ter chegado em um momento melhor", afirmou ele. "Quero dizer, é geralmente reconhecido que o risco do uso de armas nucleares neste momento é tão alto ou talvez até mais alto do que jamais foi."
Ele citou a guerra da Ucrânia, onde a Rússia tem alertado que o crescente envolvimento ocidental aumenta o perigo de que ela possa recorrer a armas nucleares.
"Mas, infelizmente, há muita apatia", disse Hogsta. "E o que a Nihon Hidankyo nos mostra, e o motivo desse prêmio ser tão importante, é que as pessoas e os líderes políticos precisam ser motivados a agir."
A ICAN é uma coalizão de organizações não governamentais de cerca de 100 países que fez lobby com sucesso para a adoção do tratado de proibição de armas nucleares, ratificado por 73 países.
"Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com a Nihon Hidankyo e Hibakusha de todo o mundo para garantir que o tratado seja o divisor de águas que tem potencial para ser", disse Hogsta.
(Reportagem de Cecile Mantovani)