Por Estelle Shirbon e William James
LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha pretende reabrir a embaixada no Irã antes do fim do ano, disse o secretário britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, nesta quarta-feira, depois do acordo entre a República Islâmica e seis grandes potências sobre o programa nuclear iraniano.
Após mais de uma década de negociações, na terça-feira o Irã concordou com limites de longo prazo em suas atividades nucleares, que o Ocidente suspeita ter como meta a criação de uma bomba atômica. Em troca, os Estados Unidos, a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) vão suspender sanções e descongelar bilhões de dólares de ativos iranianos no exterior.
"Tenho muita esperança de que estaremos em condição de reabrir nossas respectivas embaixadas antes do fim do ano", disse Hammond no Parlamento. A reinauguração depende da solução de algumas questões técnicas, acrescentou ele, sem dar detalhes.
As relações diplomáticas entre os dois países foram suspensas e a embaixada britânica foi fechada depois que centenas de manifestantes iranianos atacaram as instalações britânicas em novembro de 2011.
Hammond também disse ter conversado com o ministro das Finanças britânico, George Osborne, para ter certeza de que o país está pronto para capitalizar as oportunidades de negócios "bastante concretas" que surgirão com o acordo diplomático.
"Acho que o Irã vai querer usar parte de seus bens congelados para lidar com alguns déficits de infraestrutura bem grandes, inclusive na indústria de produção de petróleo e gás, na qual a Grã-Bretanha está muito bem situada para desempenhar um papel", afirmou o secretário.
Hammond disse que cerca de 90 bilhões de libras (140 bilhões de dólares) de ativos iranianos podem ser liberados ao longo do tempo em resultado do acordo.
(Reportagem adicional de Lucy Mortlock)