Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Papa Francisco presidiu uma solenidade de Sexta-feira Santa recordando as últimas horas da vida de Jesus, com a sombra da guerra na Ucrânia pairando sobre o dia mais sombrio do calendário cristão.
Francisco, de 85 anos, que vem sofrendo de uma recente crise de dor no joelho e nas pernas, caminhou mancando ao longo do corredor principal da Basílica de São Pedro no início e no final da celebração, conhecida como A Paixão do Senhor.
No entanto, ele não se prostrou no chão de mármore como fez no início de outras celebrações semelhantes no passado. Em vez disso, ele ficou por alguns minutos com a cabeça baixa.
Mais tarde, Francisco sentou-se enquanto cantores e um coro cantavam versos do evangelho contando eventos desde a prisão de Jesus até seu enterro.
A celebração da Sexta-feira Santa é um dos poucos eventos em que o papa não faz a homilía, deixando-a para o cardeal Raniero Cantalamessa.
"Este ano celebramos a Páscoa não ao som alegre dos sinos, mas com o barulho em nossos ouvidos de bombas e explosões não muito longe daqui", disse Catalamessa, referindo-se à guerra na Ucrânia.
Parafraseando o chamado bíblico de paz para "transformar suas espadas em arados e suas lanças em podadeiras", Cantalamessa falou sobre "mísseis em fábricas e casas".
Na noite de sexta-feira, Francisco deveria presidir uma procissão à luz de velas "Via Crucis" (Caminho da Cruz) no Coliseu de Roma.
Este ano, a decisão do Vaticano de ter ucranianos e russos participando de uma parte da procissão causou atrito com os líderes católicos ucranianos, que pediram que ela fosse reconsiderada.
No sábado à noite, Francisco presidirá a Missa da Vigília Pascal na basílica.
No domingo de Páscoa, o dia mais importante do calendário litúrgico cristão, ele rezará a missa na Praça de São Pedro e, em seguida, entregará sua mensagem e bênção semestral "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo).