Por Nidal al-Mughrabi
GAZA (Reuters) - Dezenas de milhares de palestinos, inclusive centenas de homens armados, se reuniram em Gaza nesta quinta-feira para comemorar o 30º aniversário de fundação do grupo Hamas, e seu líder prometeu reverter o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel.
Mais cedo no mesmo dia, Israel fechou suas passagens de fronteira com Gaza em reação aos foguetes que têm sido disparados diariamente do enclave controlado pelo Hamas desde o anúncio de Trump, em 6 de dezembro, que provocou revolta no mundo árabe e muçulmano e preocupação nos aliados europeus de Washington, além da Rússia."Derrubaremos a decisão de Trump. Nenhuma superpotência é capaz de oferecer Jerusalém a Israel, não existe Israel que deveria ter uma capital chamada Jerusalém. Nossas almas, nosso sangue, nossos filhos e nossos lares são um sacrifício por Jerusalém", disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, à multidão na Cidade de Gaza.
Com atiradores de outras milícias palestinas demonstrando apoio ao Hamas, Haniyeh acrescentou: "Estamos marchando rumo a Jerusalém, sacrificando milhões de mártires pelo caminho", e a multidão repetiu seus brados.
Aeronaves israelenses alvejaram três instalações do Hamas antes do amanhecer depois da última salva de foguetes, disseram os militares do Estado judeu, acrescentando que visaram campos de treinamento e complexos de armazenamento de armas. Normalmente o Hamas esvazia tais instalações quando as tensões na fronteira aumentam.
Dois dos foguetes disparados por militantes foram interceptados pelo sistema antimísseis israelense Domo de Ferro, e um terceiro explodiu em uma área aberta no sul de Israel. Não houve relatos de vítimas de nenhum lado da divisa. Os militares disseram em um comunicado que, "devido aos eventos de segurança, e de acordo com avaliações de segurança", a passagem de Kerem Shalom – o principal ponto de travessia para bens que entram em Gaza – e a passagem de pedestres de Erez serão fechadas a partir desta quinta-feira, mas sem informar quanto tempo as interdições durarão.