Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Os candidatos a presidente dos Estados Unidos Hillary Clinton e Donald Trump deram a partida numa batalha eleitoral feroz, com os democratas acusando Trump de comportamento errático, e os republicanos ameaçando mostrar antigos escândalos de Hillary.
Hillary Clinton, ex-secretária de Estado, fez história ao se tornar a primeira mulher a liderar um grande partido político na busca pela Presidência dos EUA. Grandes triunfos em primárias na terça-feira, entre elas a da Califórnia, a levaram à vitória sobre Bernie Sanders, o seu oponente democrata.
Se eleita em 8 novembro, Hillary, de 68 anos, levaria de volta a família Clinton à Casa Branca 16 anos depois de o seu marido, Bill Clinton, ter completado dois mandatos como presidente.
Todos os sinais indicam que será uma campanha negativa durante os seus cinco meses à medida que Hillary acusa Trump de ser inapto para o cargo devido ao temperamento dele, enquanto o bilionário de Nova York diz que ela tem um passado nebuloso com sombras de corrupção e um retrospecto fraco como secretária de Estado durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama.
A campanha democrata usou comentários críticos dos próprios republicanos para caracterizar Trump, de 69 anos, como inapto para o Salão Oval depois que o empresário do setor imobiliário acusou repetidas vezes um juiz mexicano-americano de ser parcial contra ele por causa das origens étnicas do jurista.
"A coisa mais eficaz para fazer com Donald Trump é simplesmente deixar as palavras dele circularem e deixar ele falar por si mesmo”, disse Robby Mook, da campanha de Hillary, à CNN nesta quarta-feira.
Mook afirmou que Trump tem uma história de “comportamento errático”, a mesma linguagem usada pela campanha de Obama na derrota do republicano John McCain em 2008.
Trump fez uma fala cuidadosamente preparada no seu discurso da vitória na primária desta terça-feira, apresentando o seu plano de ataque. Ele usou um teleprompter e evitou a improvisação típica.
Trump afirmou que recursos dados para a Fundação Clinton por doadores internacionais renderam aos Clinton milhões de dólares e tiveram influência quando Hillary foi secretária de Estado e usou um provedor de e-mails particular para tratar de negócios oficiais.
"Hillary Clinton transformou o Departamento de Estado no seu fundo de investimento privado. Os russos, os sauditas, os chineses, todos deram dinheiro para Bill e Hillary e tiveram tratamento favorável em troca. É um dia triste para os EUA quando governos estrangeiros com bolsos fundos têm mais influência no nosso país do que os nossos grandes cidadãos”, declarou Trump.
O republicano disse que faria um discurso na semana que vem “discutindo todas as coisas que ocorreram com os Clinton”.