Por Mark Hosenball
WASHINGTON (Reuters) - Um juiz federal dos Estados Unidos sentenciou Paul Hodgkins, um homem do Estado da Flórida, a oito meses de prisão por participação no ataque de 6 de janeiro ao Capitólio em Washington, tornando-o a primeira pessoa entre mais de 500 acusadas a ser condenada à prisão pelo violento ataque.
Hodgkins, de 38 anos, se declarou culpado no dia 2 de junho em uma acusação de obstrução de um procedimento oficial, já que o Congresso estava em sessão para certificar formalmente a eleição de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos quando apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o prédio.
Procuradores haviam solicitado ao juiz distrital Randolph Moss a imposição de uma sentença de 18 meses na prisão. O advogado de Hodgkins, Patrick Leduc, fez um apelo para que seu cliente não fosse condenado à prisão.
Durante a audiência de sentença, Hodgkins disse a Moss que está "arrependido" de suas ações e reconheceu que sua conduta pode ter encorajado outros a participarem de atos destrutivos.
"Foi uma decisão tola de minha parte e eu assumo a total responsabilidade por ela", acrescentou Hodgkins, que é morador da cidade de Tampa e trabalha como operador de guindastes para uma companhia siderúrgica.
Até agora, 17 pessoas se declararam culpadas em acusações relacionadas ao incidente, afirmou uma autoridade norte-americana.
A procuradora Mona Sedky disse ao juiz que Hodgkins vestiu óculos de proteção antes de adentrar o plenário do Senado durante a invasão e "posou orgulhosamente para fotos", que foram compartilhadas com amigos. Sedky reconheceu que Hodgkins não destruiu propriedade do governo e "não feriu ninguém".
Moss concordou que Hodgkins não havia sido violento, não ameaçou ninguém e não organizou o ataque ao Capitólio. Mas o juiz disse que Hodgkins foi ao Capitólio "para impedir a certificação da eleição, e ele admitiu isso".
Mais de 535 pessoas foram acusadas de participar do ataque, que aconteceu após acusações falsas e repetidas de Trump de que a eleição havia sido roubada dele por meio de fraudes generalizadas.
Hodgkins se tornou a primeira pessoa enfrentando acusações ligadas ao ataque a ser condenada à prisão. A outra pessoa que foi condenada até agora por acusações relacionadas à invasão, Anna Morgan-Lloyd, do Estado de Indiana, se declarou culpada de mau comportamento e recebeu três anos de condicional.
Vários outros réus no caso estão enfrentando acusações criminais mais sérias do que Hodgkins, e potencialmente sentenças mais longas.