Por Luc Cohen e Jack Queen
NOVA YORK (Reuters) - Um homem ateou fogo em si mesmo nesta sexta-feira, do lado de fora do tribunal de Nova York onde está ocorrendo o histórico julgamento do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sobre suborno, disseram testemunhas.
Uma testemunha no local afirmou que primeiro ouviu o homem jogando panfletos para o alto, depois o viu se encharcar com uma lata e atear fogo em si mesmo. "Nesse ponto, eu disse: 'Oh, droga, o que vou ver?'", disse a testemunha à Reuters.
A testemunha, que se identificou como Dave e não quis fornecer seu sobrenome, contou que o homem queimou por vários minutos.
Repórteres da CNN disseram ter visto um homem envolto em chamas por mais de três minutos. “Vejo um ser humano totalmente carbonizado”, disse um deles no ar.
Uma autoridade de emergência de Nova York afirmou que uma pessoa foi levada em uma maca depois de aparentemente se incendiar. O motivo do incidente não era conhecido.
Outras testemunhas disseram que o homem parecia calmo antes de se encharcar com o líquido.
“É difícil até mesmo processar em seu cérebro”, declarou à Reuters outra testemunha, que não quis revelar seu nome.
O acontecimento chocante ocorreu logo após a seleção do júri para o julgamento ter sido concluída, abrindo caminho para que os promotores e advogados de defesa façam as declarações iniciais na próxima semana em um processo sobre pagamento secreto de dinheiro a uma estrela pornô.
O tribunal do centro de Manhattan, fortemente vigiado pela polícia, atraiu uma multidão de manifestantes e curiosos na segunda-feira, o primeiro dia do julgamento, embora as reuniões de pessoas tenham diminuído desde então.
Um cheiro de fumaça permanecia na praça logo após o incidente, segundo uma testemunha da Reuters, e um policial acionou um extintor de incêndio.
Os 12 jurados, juntamente com seis suplentes, examinarão as provas em um julgamento inédito para determinar se um ex-presidente dos EUA é culpado de violar a lei.
O júri é composto por sete homens e cinco mulheres.
Trump é acusado de encobrir um pagamento de 130.000 dólares que seu ex-advogado Michael Cohen fez à estrela pornô Stormy Daniels antes da eleição de 2016 para manter silêncio sobre um encontro sexual que ela diz que eles tiveram uma década antes.
Trump se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registros comerciais apresentadas pelo promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e nega qualquer encontro com Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford.
Trump também se declarou inocente em três outros casos criminais, mas esse é o único que certamente irá a julgamento antes da eleição de 5 de novembro, quando o político republicano pretende enfrentar novamente o presidente democrata Joe Biden.
Uma condenação não o impediria de exercer o cargo.
(Reportagem de Luc Cohen e Jack Queen em Nova York e Andy Sullivan em Washington)