Por Clare Jim e Xihao Jiang
HONG KONG (Reuters) - Hong Kong encerrará 2019 com múltiplos protestos planejados para a véspera e o dia do Ano Novo que visam transtornar as festividades e as compras no polo financeiro asiático, que testemunhou um aumento dos confrontos entre a polícia e os manifestantes desde o Natal.
Eventos batizados como "Dane-se a Véspera" e "Comprando com Você" estão marcados para a terça-feira, véspera de Ano Novo, em áreas como o bairro festivo de Lan Kwai Fong, o pitoresco Porto de Vitória e shopping centers populares, de acordo com avisos nas redes sociais.
Uma marcha pró-democracia agendada para 1º de janeiro, que recebeu permissão da polícia, começará em um grande parque da movimentada Causeway Bay e terminará no principal bairro comercial.
Os organizadores da Frente Civil dos Direitos Humanos estiveram por trás das marchas pacíficas que reuniram milhões em junho e realizaram um protesto em massa no início de dezembro que disseram ter congregado cerca de 800 mil pessoas.
"No dia do Ano Novo, precisamos mostrar nossa solidariedade... para resistir ao governo. Esperamos que o povo de Hong Kong venha às ruas pelo futuro de Hong Kong", disse Jimmy Sham, um líder do grupo.
Os protestos começaram em junho em reação a um projeto de lei já descartado que teria permitido extradições à China continental, cujos tribunais são controlados pelo Partido Comunista, e se transformaram em um movimento pró-democracia mais abrangente.
A polícia disse que mobilizará patrulhas de controle de multidões na terça-feira e exortou os participantes da marcha de quarta-feira a se manterem pacíficos.
Em uma postagem no Facebook, o comissário de polícia Chris Tang agradeceu os agentes da linha de frente por garantirem "a segurança e a estabilidade" de Hong Kong e emitiu um alerta aos manifestantes.
"Se vocês usarem a violência, não terão apoio do público. Nós, a polícia, faremos tudo que pudermos para prender vocês", disse Tang.
As manifestações planejadas para o dia do Ano Novo vêm na esteira de um aumento de confrontos visto desde a véspera do Natal, quando o batalhão de choque usou gás lacrimogêneo contra milhares de manifestantes após choques em shopping centers e um importante distrito turístico.
Embora os protestos, já em seu sétimo mês, tenham diminuído em intensidade e tamanho nas últimas semanas, marchas ou reuniões continuam ocorrendo quase diariamente.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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