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Hotéis de luxo chegam a Cuba apesar de temor de retrocesso com Trump

Publicado 07.06.2017, 16:26
Atualizado 07.06.2017, 16:30
© Reuters. Vendedor de amendoim em frente a construção de hotéis de luxo em Havana
ACCP
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Por Sarah Marsh

HAVANA (Reuters) - Guindastes imensos pontuam o horizonte de Havana enquanto a comunista Cuba corre para construir hotéis de luxo, mesmo em meio à indignação de alguns moradores e ao temor de que o presidente norte-americano, Donald Trump, reverta uma reaproximação entre os países que vem alimentando um boom de turismo.

A suíça Kempinski Hotels SA irá inaugurar seu Gran Hotel Manzana no coração da capital nesta quarta-feira, apresentando-o como o primeiro hotel verdadeiramente de luxo de Cuba.

A instalação de cinco estrelas, administrada pela Kempinski, mas de propriedade do governo cubano, ocupa os andares superiores do renovado shopping center Belle Époque, que conta com lojas chamativas da Gucci e da Montblanc.

Mais adiante no emblemático bulevar Paseo de Prado, na direção do mar do Caribe, operários trabalham em duas outras construções de hotéis de luxo que serão operadas respectivamente pela empresa espanhola Iberostar e pelo francês Accor (PA:ACCP), o maior grupo de hotéis da Europa.

O turismo é o único destaque da economia de Cuba, que sofre com a queda das exportações e os tumultos em sua principal parceira comercial, a Venezuela.

Em maio o ministro do Turismo cubano, Manuel Marrero, disse que mais de 4,2 milhões de turistas são esperados neste ano, número superior aos 4 milhões de 2016, e que o país está construindo 2 mil novos quartos de hotéis por ano para ampliar a oferta de 65 mil quartos e 21 mil casas de aluguel para turistas.

As visitas de norte-americanos dispararam desde que cruzeiros operados pelos Estados Unidos e voos fretados foram retomados no ano passado, resultado da política adotada pelo ex-presidente norte-americano Barack Obama após meio século de afastamento.

© Reuters. Vendedor de amendoim em frente a construção de hotéis de luxo em Havana

Mas seu sucessor, Trump, está cogitando endurecer estas regras quando anunciar sua política para Cuba ainda neste mês, de acordo com funcionários antigos e atuais dos EUA e pessoas a par das discussões. Isso provavelmente afetaria o turismo, ao menos no curto prazo, e poderia desacelerar o ritmo da construção de hotéis.

"Esperamos que o comércio e as restrições comerciais amenizadas pelo governo Obama não sejam endurecidas novamente pelo atual governo dos EUA", disse Alessandro Benedetti, diretor de marketing da Kempinski.

Havana vem cortejando operadoras de hotéis estrangeiras para que desenvolvam mercados inexplorados, particularmente no turismo de alto padrão.

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