Por Tess Little
LONDRES (Reuters) - A Igreja Anglicana aprovou nesta segunda-feira a permissão de mulheres se tornarem bispas, uma decisão histórica que derruba séculos de tradição em uma instituição que tem estado profundamente dividida sobre a questão.
Há dois anos uma proposta semelhante não foi aprovada por pouco devido à oposição demonstrada por membros tradicionalistas, o que decepcionou os modernizadores, a hierarquia da igreja e políticos.
Mas depois de cinco horas de debates nesta segunda-feira, o Sínodo Geral, o órgão que comanda a Igreja Anglicana, votou por esmagadora maioria em favor de uma emenda durante seu encontro na cidade de York, norte da Inglaterra.
"Hoje é a conclusão do que começou há mais de 20 anos com a ordenação de mulheres como padres. Estou encantado com o resultado de hoje", disse o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o líder espiritual dos 80 milhões de anglicanos no mundo.
"O dia de hoje marca o início de uma grande aventura de buscar o florescimento mútuo apesar de ainda, em alguns casos, haver discordância."
A questão das mulheres no bispado causa divisões internas desde que o sínodo aprovou a ordenação de mulheres padres, em 1992.
O tema opôs reformistas, dispostos a projetar uma imagem mais moderna da Igreja num momento em que enfrenta a queda no número de fiéis em países cada vez mais seculares, e uma minoria conservadora que diz que a mudança contraria a Bíblia.
Mulheres servem como bispas nos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, mas igrejas anglicanas em muitos países em desenvolvimento não as aceitam como padres.
Welby disse que a primeira bispa anglicana poderá ser nomeada no início do ano que vem.