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Por Joshua McElwee
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - A comissão de proteção à criança do Vaticano criticou os líderes católicos graduados em um relatório anual nesta quinta-feira por não agirem com rapidez suficiente para ajudar as vítimas de abuso sexual por parte do clero e para implementar novos esforços de proteção em todo o mundo.
Durante décadas, a Igreja de 1,4 bilhão de membros foi abalada por escândalos em todo o mundo envolvendo abuso e acobertamento, prejudicando sua credibilidade e custando-lhe centenas de milhões de dólares em acordos.
O novo relatório criticou os líderes da Igreja por não fornecerem informações às vítimas sobre como suas denúncias de abuso estavam sendo tratadas, ou se os bispos negligentes haviam sido punidos.
Também disse que os pedidos de informação da própria comissão sobre os protocolos de proteção nem sempre foram respondidos e que a Igreja não forneceu todos os detalhes.
"Em muitos casos... as vítimas/sobreviventes relatam que a Igreja respondeu com acordos vazios, gestos performativos e uma recusa persistente de se envolver com as vítimas/sobreviventes de boa fé", disse o relatório.
COMISSÃO CRITICA OS LÍDERES DA IGREJA
A comissão do Vaticano, criada pelo falecido papa Francisco em 2014, foi abalada pela renúncia de vários de seus membros ao longo dos anos e só publicou seu primeiro relatório anual no ano passado.
O novo relatório, com 103 páginas, é o texto mais substancial da comissão até o momento e frequentemente critica a liderança da Igreja, sem citar nomes de pessoas.
Seu assunto principal é a questão das reparações para as vítimas de abuso, mas também avalia os esforços de proteção da Igreja em 22 países e em um alto departamento do Vaticano.
O departamento pesquisado é o Dicastério para a Evangelização, uma operação ampla que é responsável por supervisionar as operações da Igreja na maioria das nações em desenvolvimento.
O relatório afirma que o dicastério tem apenas um funcionário encarregado de lidar com questões de proteção. Também disse que a falta de clareza na distribuição do trabalho em casos de abuso com outros departamentos do Vaticano "pode criar confusão e atrasos no início das investigações e no tratamento das queixas".
Entre os países avaliados pelo novo relatório estava a Itália, há muito tempo um bastião católico que tem demorado a lidar com o abuso por parte do clero.
O relatório critica os bispos do país por não trabalharem de perto com a comissão do Vaticano, dizendo que um questionário sobre práticas de proteção enviado pelo grupo a todas as 226 dioceses católicas da Itália só foi respondido por 81 delas.
A Coreia do Sul, outro país avaliado, teve 100% de participação.
A comissão antiabuso é a primeira do gênero na Igreja Católica. Francisco, que morreu em abril, fez do combate ao abuso por parte do clero uma prioridade de seu papado de 12 anos, com resultados mistos.
O papa Leão 14, eleito em maio para substituir Francisco, reuniu-se várias vezes com os membros da comissão e nomeou um novo presidente para o grupo, um arcebispo francês, em julho.
Uma das principais reformas de Francisco foi a criação de um sistema global para os católicos denunciarem suspeitas de abuso ou acobertamento por parte dos bispos. Os sobreviventes e defensores das vítimas pediram mais ações, incluindo uma política global de tolerância zero para padres acusados de abuso.
O relatório desta quinta-feira criticou o Vaticano pela falta de transparência sobre quando os bispos são removidos do cargo por questões relacionadas a abuso ou acobertamento.
O Vaticano raramente divulga as razões para a remoção de um bispo, mesmo em casos envolvendo abuso, preferindo dizer simplesmente que o papa aceitou a renúncia do bispo.
"A falta de responsabilidade dos líderes da Igreja foi uma questão frequentemente levantada pelas vítimas/sobreviventes", disse o relatório.
"A Comissão enfatiza a importância de comunicar publicamente os motivos da renúncia e/ou remoção, quando a decisão estiver relacionada a casos de abuso ou negligência."
(Reportagem de Joshua McElwee)