Por Catarina Demony
SÃO JORGE, Portugal (Reuters) - Esperando pacientemente por um voo para a ilha vulcânica no meio do Atlântico que ele chama de casa, o empresário português Filipe Azevedo não consegue esconder o medo. São Jorge, nos Açores, está se preparando para o que pode ser um grande desastre natural.
A ilha de Portugal foi atingida por milhares de pequenos terremotos nos últimos dias e há receio de que os mais de 2.000 tremores registrados desde o último sábado possam gerar uma erupção vulcânica ou um poderoso terremoto.
“Estamos todos muito nervosos”, disse Azevedo, de 42, no portão do aeroporto em São Miguel, maior ilha dos Açores, a uma curta viagem de avião de São Jorge. “É um fenômeno para o qual não estamos preparados... estamos todos muito assustados”.
Azevedo também está preocupado que a incerteza da situação pode prejudicar o hotel do qual é proprietário, que ainda está se recuperando do impacto da Covid-19.
“Está vazio e continuará vazio”, disse, sobre o hotel. “Todo mundo está cancelando”.
O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (Civisa) elevou o alerta vulcânico para o nível 4 na quarta-feira, em uma escala até 5, o que significa que há uma “possibilidade real” de que o vulcão entre em erupção pela primeira vez desde 1808.
(Reportagem adicional de Pedro Nunes e Guillermo Martínez)