GENEBRA (Reuters) - Os sistemas de saúde dos países vizinhos à Faixa de Gaza estão sentindo a pressão à medida que milhares de pacientes críticos da região são transportados para tratamento de ferimentos e doenças complexas, disse uma autoridade de alto escalão da Organização Mundial da Saúde nesta terça-feira.
"O efeito cascata sobre Egito, Líbano e Síria, como vizinhos imediatos dos territórios palestinos ocupados, é significativo", disse Hanan Balkhy, diretora regional da OMS para a região do Mediterrâneo Oriental.
Menos da metade dos 36 hospitais de Gaza estavam funcionando parcialmente em 30 de maio, segundo o órgão global, já que a maior parte da infraestrutura médica foi destruída pelo ataque de oito meses de Israel.
"O Egito tem recebido um número significativo de pacientes, mas as necessidades são de no mínimo 7.000 a mais de 11.000 pacientes que precisam de retirada, tratamento e apoio", disse ela em um briefing com jornalistas. "E eles precisam ser atendidos em hospitais especializados."
Isso tem causado pressão sobre "os já frágeis sistemas de saúde dos países vizinhos".
"Não é como costurar uma laceração", acrescentou ela, referindo-se aos ferimentos típicos vistos entre os pacientes de Gaza.
"Estamos falando de fraturas compostas, fraturas de crânio, fraturas compostas de fêmur, ruptura de órgãos viscerais... É muito difícil encontrar e transportar rapidamente os pacientes para receber esse tipo de atendimento."
Nenhuma retirada médica foi realizada desde 7 de maio, depois que Israel assumiu o controle da passagem de Rafah, de acordo com a OMS.
O fechamento da passagem no sul da Faixa de Gaza também afetou significativamente a capacidade da OMS de fornecer suprimentos médicos essenciais para o enclave.
(Por Gabrielle Tétrault-Farber)