Por Carolina Pulice
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Um índice que avalia a capacidade dos países latino-americanos de erradicar a corrupção mostrou que a maioria das nações da região está retrocedendo, de acordo com um ranking divulgado nesta terça-feira.
O Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC) 2023, publicado em conjunto pela Americas Society/Council of the Americas e a Control Risks, aponta para uma queda na pontuação média da região pela primeira vez desde 2020.
As pontuações em queda em 10 dos 15 países avaliados indicam "um ambiente anticorrupção que em muitos países é menos ativo e mobilizado do que nos anos anteriores", de acordo com o estudo.
Analisando 14 variáveis, incluindo a independência das instituições judiciais e a força do jornalismo investigativo, o Índice CCC baseia-se em dados extensos e em uma pesquisa realizada entre os principais especialistas anticorrupção para pontuar e classificar os países em uma escala de 0 a 10.
Uma pontuação máxima de 10 reflete um país com maior probabilidade de processar e punir a corrupção. Oito dos 15 países analisados este ano pontuaram abaixo de 5.
“Os contratempos geralmente não foram dramáticos em comparação com 2022, em vez disso refletindo uma erosão constante que ocorre há anos”, afirmou o relatório.
O Brasil ficou em 8º lugar, com uma melhora de 1,5% na sua pontuação em relação a 2022.
“A pontuação do Brasil na categoria democracia e instituições políticas aumentou, refletindo sua resistência após vários anos de tensão”, disse o relatório, citando as tentativas do ex-presidente Jair Bolsonaro de influenciar investigações.
Segunda maior economia da região atrás do Brasil, o México ficou em 12º lugar, mostrando "rebaixamentos pronunciados" nas categorias de sociedade civil e mídia, uma vez que os jornalistas mexicanos enfrentam "a maior taxa mundial de violência contra repórteres fora da Ucrânia", disse o relatório.
México e Guatemala são os únicos países cuja pontuação caiu em todos os anos desde que o Índice CCC foi lançado, em 2019.
A Venezuela teve a maior queda no índice, marcando seu quinto ano consecutivo com a pontuação mais baixa da região.
O Uruguai seguiu em primeiro lugar, mas registrou um segundo ano consecutivo de queda, um sinal "de que nenhum país está imune à estagnação ou ao retrocesso na luta contra a corrupção", segundo o índice.