(Reuters) - A guerra em Gaza contribuiu para um aumento acentuado de incidentes antissemitas na Europa, afirmou a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) em um relatório divulgado na quinta-feira.
Uma pesquisa da FRA realizada entre janeiro e junho de 2023 mostrou que o antissemitismo já era alto na Europa antes do início da guerra em outubro, e as informações coletadas de 12 organizações da comunidade judaica desde então mostraram um aumento ainda maior, segundo o relatório.
"Os judeus sofreram mais incidentes antissemitas desde outubro de 2023, com algumas organizações relatando um aumento de mais de 400%", informou o relatório.
Três em cada quatro judeus entrevistados disseram que sentiam que as pessoas os consideravam responsáveis pelas ações do governo israelense e 80% sentiam que o antissemitismo havia crescido no país europeu onde moravam nos cinco anos anteriores à pesquisa, segundo o relatório.
No ano anterior à realização da pesquisa, 90% dos entrevistados haviam se deparado com antissemitismo na Internet, sendo que mais da metade o havia experimentado off-line de pessoas que conheciam ou na mídia.
Mais de um terço foi assediado durante o mesmo período por causa de sua origem, a maioria deles várias vezes.
"O assédio e a violência antissemitas ocorrem principalmente em ruas, parques ou lojas", disse a FRA.
A pesquisa apontou que mais de três quartos dos entrevistados escondem sua identidade judaica pelo menos ocasionalmente, e mais de um terço evita eventos ou locais judaicos por questões de segurança.
A pesquisa foi realizada em 13 Estados membros, que representam 96% da população judaica estimada da UE, que a FPA calculou em pouco mais de 1 milhão.
(Reportagem de Michal Aleksandrowicz em Gdansk)