Por Fayaz Bukhari
SRINAGAR, Índia (Reuters) - Forças da Índia mataram três militantes nesta segunda-feira, inclusive o suposto organizador de um ataque a bomba suicida na região disputada da Caxemira que alimentou a tensão entre a Índia e o Paquistão, ambos detentores de armas nucleares, e matou cinco soldados, disse a polícia.
O atentado suicida contra um comboio de polícia paramilitar na Caxemira controlada pela Índia, na última quinta-feira, matou ao menos 40 homens, o ataque isolado mais mortífero contra forças indianas em 30 anos de insurgência na região de maioria muçulmana.
Sediado no Paquistão, o grupo militante Jaish-e-Mohammad (JeM) assumiu a autoria da ação. A Índia acusa o Paquistão de abrigar o grupo, o que o país nega.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que terá que enfrentar uma eleição até maio, sofre pressão em casa para adotar uma ação decisiva contra o país vizinho.
Modi prometeu uma reação forte e diz que deu liberdade para os militares lidarem com a militância na fronteira.
Os três militantes mortos no confronto desta segunda-feira eram todos cidadãos paquistaneses e membros do JeM, disseram duas fontes de segurança.
"O embate ainda está em progresso, e as forças de segurança estão atuando", disse a polícia em um comunicado.
Mas o confronto de 17 horas custou caro para os serviços de segurança da Índia.
Quatro soldados e um policial indianos morreram, e nove ficaram feridos, incluindo um brigadeiro, um dos escalões mais altos do Exército, e um vice-inspetor-geral da polícia.
Um civil também foi morto.
"Eles têm proteção. Nossos agentes e homens estão expostos, enquanto eles estão na área construída, escondidos", disse K. Rajendra Kumar, um ex-diretor-geral da polícia de Jammu e da Caxemira.
Fontes das forças de segurança disseram à Reuters que um dos militantes mortos foi identificado como Abdul Rashid Gazi, que atendia pelo pseudônimo Kamran Bhai e é suspeito de desempenhar um papel central na organização do ataque de quinta-feira.
Tropas indianas isolaram o vilarejo de Pinglan, no distrito de Pulwama, na Caxemira, o cenário do ataque. Um toque de recolher indefinido foi imposto, e a polícia orientou as pessoas a permanecerem dentro de casa.