Por Sayed Hassib e Mohammad e Yunus e Yawar
SHEIKH JALAL, Afeganistão (Reuters) - Subiu para 153 o número oficial de mortos nas fortes enchentes que acontecem em três províncias no norte do Afeganistão, informou o Ministério do Interior do Talebã neste sábado. O Programa Alimentar Mundial (WFP) dizia que este número era o dobro.
O WFP opera em todo o Afeganistão e publicou no X, sem fornecer fontes, que as inundações mataram mais de 300 pessoas.
Quando questionado sobre o número do WFP, um porta-voz do ministério disse que o número de mortos ainda era de 153 e as autoridades sinalizaram que este número poderia aumentar.
Pelo menos 138 pessoas ficaram feridas nas inundações no norte de Baghlan, Takhar e Badakhshan, causadas pelas fortes chuvas de sexta-feira, disse o porta-voz do ministério, Abdul Mateen Qaniee. Na aldeia de Karkar, na província de Baghlan, os moradores fizeram funerais para as pessoas que morreram nas inundações.
“Perdi cinco membros da minha família – dois filhos, duas filhas e a mãe deles, como resultado desta inundação devastadora”, disse Gulbudeen, um homem de luto que forneceu apenas um nome. “Estávamos do outro lado da enchente, mas não pudemos ajudá-los e a enchente acabou levando nossos entes queridos”.
As autoridades talibãs enviaram helicópteros para tentar ajudar os civis durante a noite, depois de receberem relatos de que mais de 100 pessoas ficaram presas.
Muitas pessoas ficaram desabrigadas e os sistemas de transporte, água e esgoto foram “severamente interrompidos”, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O impacto foi profundo, levando à perda de vidas e feridos, com muitas pessoas ainda desaparecidas”, afirmou o escritório da OMS no Afeganistão em comunicado na noite de sexta-feira.
O comunicado informava ainda que quatro centros de saúde foram danificados e um destruído pelas cheias, e que a agência enviaria equipes de saúde para prestar tratamento nas zonas inundadas.
(Reportagem de Sayed Hassib em Sheikh Jalal, Baghlan; Mohammad Yunus Yawar em Kabul e Charlotte Greenfield em Islamabad)