Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram nesta quarta-feira que estão analisando 200 mortes supostamente cometidas por forças policiais da Venezuela neste ano, em meio a temores de possíveis execuções sumárias.
Expressando preocupações com mortes ilegais, eles disseram que as autoridades não liberaram certidões de óbito, cobraram taxas por autópsias e entregaram corpos em caixões fechados "com a instrução de que não deveriam ser abertos".
A delegação da Venezuela rejeitou as alegações sem abordá-las especificamente. "Mais uma vez, a missão de averiguação de fatos apresenta informações politizadas sem equilíbrio e justiça", disse Hector Constant Rosales, embaixador venezuelano na ONU em Genebra.
Marta Valinas, chefe de uma missão de averiguação de fatos da ONU, disse que a cifra de 200 mortos inclui pessoas mortas em uma grande operação policial no bairro de La Vega da capital, Caracas, entre 7 e 9 de janeiro.
"Nossas investigações preliminares indicam que ao menos alguns dos mortos foram vítimas de execuções extrajudiciais", disse ela ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Naquele final de semana, ao menos 23 pessoas morreram em um confronto entre a polícia e gangues, de acordo com reportagens e ativistas, enquanto o governo enfrentava um questionamento internacional por causa das mortes causadas pelas forças de segurança.
Brasil e Estados Unidos expressaram preocupação com o que o encarregado de negócios norte-americano classificou de "massacre" em La Vega.