(Reuters) - Muçulmanos ao redor do mundo começaram a cumprir nesta segunda-feira o Ramadã, o mês sagrado no qual praticantes se abstêm de comidas e bebidas da alvorada ao anoitecer.
Mas entre muçulmanos que sofrem com conflitos no Iraque e Síria, muitas famílias dizem que as condições precárias de vida tornarão difíceis as práticas e participação deste ano.
A cidade iraquiana de Falluja, que já sofre com falta de água, comida e remédios, está sendo bombardeada por forças iraquianas, milícias xiitaas aliadas e aeronaves da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em uma ofensiva para retomar o local das mãos do Estado Islâmico.
Muitas famílias fugiram para um acampamento improvisado próximo, onde dizem ter pouca eletricidade para se refrescar durante as horas em que o calor é mais forte, e um pouco de comida para entregar o jejum ao anoitecer.
"Quem pode entrar em jejum neste ano? Para entrar em jejum não é preciso comer? Não temos nada", disse Shukriya Na'im, de 75 anos, em comentários ecoados por muitos outros no acampamento.
"Costumávamos ter uma vida confortável quando estávamos em casa. Costumávamos jejuar e receber o Ramadã com felicidade, mas agora nossas vidas em tendas estão tão difíceis, doenças estão desenfreadas e está muito quente", disse Sana Khamis, também refugiada.
Em Damasco, muitas pessoas reclamaram das dificuldades econômicas causadas pelo conflito na Síria, que já dura cinco anos e tornou difícil a criação de um espírito festivo neste mês.
(Reportagem de Reuters Television)