DUBAI (Reuters) - O Irã libertou 157 pessoas presas durante protestos antigoverno, disse o Judiciário do país nesta terça-feira, quando os Estados Unidos pareciam prestes a impor sanções a iranianos envolvidos em uma repressão violenta contra os manifestantes.
Três fontes a par do assunto disseram à Reuters na segunda-feira que os EUA devem adotar as sanções já na próxima semana, o que coincide com o aniversário de um ano do que pode ter sido a repressão mais sangrenta de manifestantes do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
O porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhossein Esmaili, disse que os 157 "detidos de segurança" estão entre as 2.301 pessoas libertadas graças a um indulto do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, como parte de eventos para marcar o aniversário do Profeta Maomé, noticiou a mídia estatal.
Os 157 detidos haviam sido condenados por "propaganda contra o sistema, assembleia ilegal e conluio e por participarem de rebeliões" depois de serem presos em protestos antigoverno em anos recentes, disse Esmaili
Grupos de direitos humanos estimam que milhares foram presos nos protestos de 2019, que irromperam em reação aos aumentos do preço da gasolina e logo se politizaram – manifestantes exigiram a saída de autoridades de alto escalão.
Já o porta-voz do governo, Ali Rabiei, disse que os iranianos resistirão com firmeza às sanções do presidente dos EUA, Donald Trump, e expressou a esperança de que o presidente eleito, Joe Biden, mude a política externa norte-americana.
(Da redação de Dubai)