MUMBAI (Reuters) - As usinas de cana-de-açúcar da Índia devem mais do que dobrar a oferta de etanol para mistura à gasolina na safra 2017/18, em meio a um aumento acentuado na produção local de açúcar, disse um órgão da indústria nesta quarta-feira.
Ao contrário do Brasil, onde as usinas produzem etanol diretamente do caldo da cana, na Índia as empresas usam o melaço, um subproduto da produção de açúcar, para fabricar o biocombustível.
Conforme a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (Isma, na sigla em inglês), os produtores de etanol e empresas de comercialização de petróleo finalizaram contratos de fornecimento envolvendo um recorde de 1,4 bilhão de litros de etanol na atual temporada, ante 665 milhões de litros no ciclo passado.
A Índia tem como objetivo impulsionar o uso de etanol, que é uma opção de combustível mais limpo em comparação à gasolina no que se refere às emissões de gás carbônico. O governo tem visado uma mistura de 10 por cento de etanol na gasolina.
Petroleiras, no entanto, têm dificuldades em adquirir o biocombustível localmente por causa das taxas fixadas pelo governo, já que governos estaduais impuseram altos impostos sobre o etanol, amplamente utilizado no setor de bebidas alcoólicas.
A produção indiana de etanol deverá aumentar em 2017/18, uma vez que a produção de açúcar deverá subir quase um quarto em relação ao ano anterior, aumentando a oferta de matéria-prima para o álcool, afirmou a Isma.
(Por Rajendra Jadhav)