Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - Os iranianos votavam nesta sexta-feira por um novo presidente após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero, escolhendo dentro de um grupo rigidamente controlado de quatro candidatos leais ao líder supremo em um momento de crescente frustração pública e pressão ocidental.
A eleição coincide com a escalada da tensão regional devido à guerra entre Israel e aliados do Irã, o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano, bem como com o aumento da pressão ocidental sobre o Irã em relação ao seu programa nuclear em rápido avanço.
Embora seja improvável que a eleição traga uma grande mudança nas políticas da República Islâmica, seu resultado pode influenciar a sucessão do aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, de 85 anos, no poder desde 1989.
Khamenei pediu um alto comparecimento às urnas para compensar uma crise de legitimidade alimentada pelo descontentamento da população com as dificuldades econômicas e as restrições à liberdade política e social.
"A durabilidade, a força, a dignidade e a reputação da República Islâmica dependem da presença do povo", disse Khamenei à televisão estatal após votar. "O alto comparecimento é uma necessidade definitiva."
Não se espera que o próximo presidente promova nenhuma mudança importante na política do programa nuclear do Irã ou no apoio a grupos de milícias em todo o Oriente Médio, já que Khamenei é quem dá as ordens nos principais assuntos do Estado.
Entretanto, o presidente dirige o governo diariamente e pode influenciar o tom da política externa e interna do Irã.
Um órgão de controle linha-dura, composto por seis clérigos e seis juristas alinhados com Khamenei, examina os candidatos e aprovou apenas seis de um grupo inicial de 80. Dois candidatos desistiram posteriormente.
Três candidatos são da linha-dura e um é um moderado de baixo perfil, apoiado pela facção reformista que tem sido amplamente marginalizada no Irã nos últimos anos.