Por Maher Chmaytelli e Ahmed Rasheed
BAGDÁ (Reuters) - O Exército iraquiano vai precisar da ajuda de combatentes curdos para retomar Mosul, a maior cidade sob o controle do Estado Islâmico, disse o ministro das Finanças do Iraque, Hoshiyar Zebari, salientando que a ofensiva planejada deverá ser muito desafiadora.
Mosul, situada 400 quilômetros ao norte de Bagdá, foi designada pelo governo como o próximo alvo das forças armadas do Iraque depois que reconquistaram a cidade de Ramadi, a oeste de Bagdá.
"Mosul precisa de um bom planejamento, preparações, o compromisso de todos os atores fundamentais" disse Zebari, que é curdo, em uma entrevista na segunda-feira em Bagdá.
"O Peshmerga é uma grande força. Não se pode chegar a Mosul sem o Peshmerga", disse ele à Reuters, referindo-se às forças armadas do Curdistão iraquiano, uma região autônoma do norte, perto de Mosul.
A cidade, de maioria sunita, tinha uma população de 2 milhões de habitantes antes de cair em mãos dos militantes em junho de 2014, na primeira etapa de seu avanço arrebatador através do Iraque setentrional e ocidental.
A batalha de Mosul será "muito, muito desafiadora", disse Zebari. "Não será uma operação fácil. Eles estão se reforçando há algum tempo, mas é factível."
Dada a extensão da área que precisa ser protegida em torno de Mosul durante o ataque, o Exército também poderá precisar do apoio de forças sunitas locais e, possivelmente, da Mobilização Popular Xiita, disse ele.
A Mobilização, conhecida em árabe como Hashid Shaabi, é uma coligação pouco unida de milícias, criada para combater o Estado Islâmico e apoiada pelo Irã. Ela foi impedida de atuar na batalha de uma semana para retomar Ramadi para evitar tensão com a população sunita.
A retomada de Ramadi pelo Exército do Iraque marcou o primeiro grande sucesso da força treinada pelos Estados Unidos, que, inicialmente fugiu em face do avanço do Estado Islâmico, há 18 meses.